quarta-feira, 17 de julho de 2013

Manual para o jornalista que sofre bullying


Ao ser chamado de psicopata

Alguém vai sempre lembrar que a nossa profissão é uma das com mais psicopatas. Sim, tem um ranking que atesta isso. Uma boa dica para estes casos é carregar na bolsa uma máscara modelo Hannibal Lecter. Vista a máscara, faça um olhar de jornalista psicopata (é parecido com o olhar de um jornalista “normal”), dê um grunhido básico e diga à pessoa “quero comer o seu cérebro”. Quando ela se mostrar assustada, emende um “é brincadeirinha, seu cérebro é muito pequeno para saciar a minha fome”.

Quando o agressor apelar para os diminutivos

Forma clássica de bullying. O cara te chama de “reporterzinho”, que trabalha nesse “jornalzinho”. A ideia é fazer o jornalista se sentir mais inferiorizado do que já se sente. Mande o desgraçado tomar no cuzão dele, assim mesmo, cheio de aumentativo.

Quando o agressor disser que hoje qualquer mané pode ser jornalista

Assim como não é necessário diploma para ser cozinheiro, não é necessário para escrever uma matéria jornalística. Alguém ainda vai jogar isso na nossa cara. Putz, alguém já jogou isso na nossa cara. E a gente sabe quem foi. Se algum dia você encontrá-lo, olhe bem nos olhos do sujeito e mande ele... ou melhor, não mande nada, porque o cara é juiz do STF e isso vai acabar dando cadeia. Em pensamento, a ofensa ao tal dotô está liberada.

Ao ser chamado de pobre

Jornalista pobre não é bullying. É pleonasmo. Melhor deixar quieto.

Ao ser chamado de esfomeado

Apesar de ser outra verdade verdadeira, é, sim, configurado bullying neste caso. Lembre ao agressor que você está na terceira pauta do dia, que está há umas seis horas em jejum forçado, que suas taxas de glicemia não param de despencar e que, em questão de minutos, você vai desmaiar. O agressor ficará sensibilizado e, com sorte, até lhe pagará um almocinho. Se isso acontecer, coma feito um esfomeado.

Aos que dizem que jornalista é uma das piores profissões do mundo

O cara chega cheio de sadismo no coração e evoca, de novo, um daqueles malditos rankings que só detonam a gente. Com desprezo, solta um “que bosta ser jornalista, hein?”. Você sorri, finge que não sentiu o golpe, passa seu braço suavemente sobre os ombros do agressor, aproxima sua boca do ouvido dele e sussurra: “caguei para os seus rankingzinhos”.



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2 comentários:

Andréa Mota disse...

Recentemente tive vontade de carregar uns aumentativos desses num historiadorzinho ai... Vida sofrida, hein!

Duda Rangel disse...

Andréa, às vezes, é difícil controlar os nervos...rs Bjs